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Channel: Novelas – TV em Análise Críticas
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Globo fez em 1981 novela de adulação a Fábio Jr. como cantor

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Missa encomendada pela Som Livre

Da redação TV em Análise

Acervo Globo


Entre 27 de abril e 23 de outubro de 1981, boa parte dos brasileiros teve de aturar o propagandismo descarado da novela O Amor é Nosso. Ordenada para substituir Plumas & Paetês, a trama de Roberto Freire e Wilson Aguiar Filho não passava de missa encomendada pela Som Livre, gravadora das trilhas da emissora, que à época tinha banco próprio de contratados, como tem hoje com o monopólio do sertanejo bolsonarista. A novela só se tornou conhecida por ter Fábio Jr. no papel principal, ter Fábio Jr. na música e colocar a carinha de 20 e poucos anos na abertura (cantando Eu Me Rendo) e só.
À época, a alta direção da Globo mandou passar a borracha em todas as fitas de capítulos de O Amor é Nosso. Tamanha indisposição se notou também na troca de diretores – de Jorge Fernando por Carlos Zara, apenas para citar um caso. Para piorar, havia a concorrência de Os Imigrantes, que Benedito Ruy Barbosa emplacara na Rede Bandeirantes. O sucesso da trama épica na tevê do Morumbi rendeu convite para Benedito retornar à Globo em 1982, para escrever Paraíso para a faixa das 18h.
Feita sobre um cantor jovem, estrelada por um cantor jovem constante das paradas de sucessos, O Amor é Nosso se caracterizou pelo merchandising descarado para vender os discos de Fábio Jr. como água mineral em rodoviária do interior. Nessa aposta, os executivos à época da Central Globo de Produção erraram feio. Alguns deles estão até hoje se contorcendo nas respectivas tumbas. Wilson Aguiar Filho se foi em 1991, sem ter aberto a boca para o desastre que ajudou a fabricar. Só se redimiu em uma das emissoras criadas após a cisão da Tupi, a Manchete, com Dona Beija (1986) e Kananga do Japão (1989).


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