John Legend não é o Jesus da novela da Record

Eric Liebowitz/NBC/Divulgação/01.04.2018
Em tempos de reunião secreta via Whatsapp e estreia da novela Jesus na Rede Record, a metáfora da indicação do cantor John Legend, 39, ao 70º Primetime Emmy por ter feito o Cristo de um teleteatro da FOX baseado em Jesus Cristo Superstar soa própria para muitas metáforas acerca da doutrinação que a dramaturgia da emissora paulista sofreu desde 2015. Ano em que empacotou e envasou Os Dez Mandamentos como se fosse coisa para submissão ao comitê do Ministério da Cultura encarregado de escolher a submissão brasileira ao Oscar de filme estrangeiro.
Nessa metáfora, posso enquadrar uma reunião secreta do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB) com pastores de denominações evangélicas. Depois vão dizer que eu estou a serviço da Rede Globo e do canal de notícias GloboNews. Vão me acusar de mania de perseguição, cristofobia, essas coisas… Do que vi da estreia da novela Jesus, na noite da terça-feira (24), muito da agenda de Crivella está lá, para refletir o momento da dramaturgia da Record. Não há criancinha que aguente sequer novela infantil no SBT regada a restrições de publicidade da era petista.
Legend, ganhador de Oscar como compositor, não deve ser encarado à toa como o Jesus negro de um teleteatro do qual não assisti. A base do filme de 1973 já me foi suficiente. Se passaram 45 anos desde “Jesus Cristo Superstar” e nada denotei de chacota, a não ser a ideologia bíblica ditada pela agenda temerária golpista, que nesta semana sofreu um duro revés, com o banimento de perfis e páginas do Facebook ligados ao Movimento Brasil Livre (MBL). Não há Fernando Holliday capaz de explicar o inexplicável depois do teleteatro do Neymar na Rússia.
Em tempos de “fala com a Márcia”, tal reflexão acerca de Dudu Azevedo, John Legend e da música do Roberto Carlos de especial de fim de ano da Globo soa tão pueril quanto os mascotes apresentados por Tóquio para a Olimpíada de 2020. Essa é uma história para passar em parte para a editoria de esporte. Até o momento do namoro entre Maria e José, antes do apedrejamento desta por ser prostituta pelas esquadras do Império Romano. Poderíamos trocá-lo pelo império americano e sua ânsia de se apossar da soberania nacional e de nossas águas. Alô Cepisa! Até sábado!
Publicação simultânea com o TV+Vida do Jornal Meio Norte deste sábado (28/7)